Publicada em 05 de junho de 2008 às 18h34
Atualizada em 05 de junho de 2008 às 19h42
São Paulo - Aumento no acesso à web por classes menos abastadas e leis fracas conduzem crescimento de infecções do país, aponta Kaspersky.
A inclusão digital também tem seu outro lado. Além de permitir que milhões de brasileiros tenham contas de e-mail e usem serviços bancários online, a explosão no acesso à internet entre as classes mais baixas no Brasil alimentou a relevância no país no cenário internacional de segurança.
A constatação vem de dados, divulgados com exclusividade ao
IDG Now!, pela empresa de segurança Kaspersky, que apontam que o país subiu da oitava para a sexta posição entre os países mais infectados do mundo em dois meses.
Em março, o foi responsável por 2,,88% das infecções, ocupando a oitava posição. Dois meses depois, o país já ocupava a quinta posição no ranking com 3,86% das infecções mundiais.
Dmitry Bestuzhev, analista de vírus e consultor técnico da Kaspersky na América Latina, relaciona a escalada brasileira com a mistura entre estabilidade econômica e programas de inclusão que aumentaram a penetração de internet entre as camadas menos abastadas da sociedade.
O reflexo imediato na segurança vem do crescimento da
participação da classe C na internet brasileira, alçada à maior classe social no Brasil pela mistura entre estabilidade financeira e abundância do crédito, e que já acumula mais de 6 milhões de novos internautas nos últimos três anos.
"Observamos que países, como é o caso do Brasil, a economia vem crescendo e a penetração de internet segue o mesmo ritmo, existem os fatores essenciais para ter este aumento na atividade de cibercrimes", relata Bestuzhev.
Há, evidentemente, a implicância da falta de experiência dos novos usuários, que navegam pela internet sem a defesa técnica necessária ou caem mais facilmente em golpes digitais, como phishings, dada a falta de desconfiança contra criminosos, explica.
Em contrapartida, a empresa vem registrando o aumento no registro de infecções por qualquer perfil de usuário por meio de pragas que infectam o micro da vítima apenas pela leitura de e-mails, o que tornaria qualquer experiência de segurança online praticamente inútil.
"Estas ameaças são causadas, por exemplo, por crackers que invadem o Linkedin e enviam algumas mensagens como indicações de conexões. Você checa rapidamente (o e-mail malicioso) e é infectado sem saber. Já vimos muitos serviços populares invadidos por ataques do tipo", relata.
Além da facilidade com que PCs com conexão à internet chegam às mãos de novos usuários, Bestuzhev cita também como possibilidades para o aumento uma suposta fragilidade na legislação brasileira contra cibercrimes.
“Não há uma legislação forte para punir (cibercriminosos no Brasil). Isto atrai crackers do mundo”.
Retiradode: IDG Now!
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